O Presidente Lula discursou na ONU e chamou atenção para temas como: Guerras, fome, invisibilidade do Sul Global e crises ambientais

Seguindo a tradição, o Brasil tem como papel abrir o debate de chefes de Estados e de governo na Assembleia Geral das Nações Unidas. Durante essa 79ª edição em Nova York, Lula iniciou seu discurso saudando o comparecimento do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, e criticou a existência de dois conflitos coincidentes no Oriente Médio e na Ucrânia. E ainda chegou a falar da escassez de instrumentos das Nações Unidas para cessar conflitos e penitenciar envolvidos.”Seu alcance limitado também é a expressão do paradoxo do nosso tempo: andamos em círculos entre compromissos possíveis que levam a resultados insuficientes.”

O Presidente também chamou atenção para a necessidade de nutrir a ONU com meios capazes de lidar com mudanças vertiginosas no panorama internacional. “Vivemos um momento de crescentes angústias, frustrações, tensões e medo.Testemunhamos alarmante escalada de disputas geopolíticas e de rivalidades estratégicas. “2023 ostenta o triste recorde do maior número de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial.Os gastos militares globais cresceram pelo nono ano consecutivo e atingiram 2,4 trilhões de dólares.”

Sobre as crises ambientais o brasileiro disse que o planeta está cansado de acordos de diminuição de gases do efeito estufa que não são cumpridos e de ajudas financeiras que nunca chegam a países pobres. “O planeta já não espera para cobrar da próxima geração e está farto de acordos climáticos não cumpridos. Está cansado de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas e do auxílio financeiro aos países pobres que não chega. O negacionismo sucumbe ante as evidências do aquecimento global. 2024 caminha para ser o ano mais quente da história moderna.”

 Ao final de seu discurso, ele ainda defende ser necessária a reforma da ONU, disse que desaprova que a Organização das Nações Unidas nunca tenha tido uma mulher como secretária geral, posto de maior autoridade na organização. Segundo o presidente brasileiro, as principais mudanças devem ser, a transformação do Conselho Econômico e Social no principal foro para o tratamento do desenvolvimento sustentável e do combate à mudança climática, a revitalização do papel da Assembleia Geral, focada em temas como paz e segurança internacionais,o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz, e a  reforma do Conselho de Segurança, de modo a torná-lo mais eficaz e representativo as realidades contemporâneas.

Texto: Mayla Mendes | Imagem: Instagram @Lulaoficial

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